No primeiro post, após o meu retorno ao blog, disse que não ia fazer disso um confessionário, mas é impossível não transformar o vivido em comentário e o blog assumiu mesmo o caráter do diário. Então, lá vai: sexta-feira passada, me fizeram a seguinte pergunta: "o que eu faço com esta informação?" A tal informação a que a pessoa se referia era um tweet que postei, dizendo: "vou pra segunda reunião do dia".
Confesso que não entendi a pergunta e devolvi a bola. Eis que me veio uma cortada babaca e uma ameaça de unfollow, que acabou se concretizando, porque a dita pessoa considerou que eu estava escrevendo "besteira" e atrapalhando a leitura dela e o modo sério como ela lida com o twitter.
Confesso a vocês que fiquei pasmo. Primeiro porque não levo o twitter a sério. O que não significa que eu o utilize para magoar ou difamar quem quer que seja. Até que solto uns venenos, mas nada letal. Mas me espantei mesmo, porque leio coisas mais bobas do que alguém dizer que foi para uma reunião. Aliás, além de bobagem leio tweets e mais tweets do mais puro exibicionismo e já até escrevi um post a respeito.
E esse exibicionismo, seja em fotos, em vídeos ou simplesmente respondendo a pergunta-chave do twitter - o que você está fazendo? - não me espanta, não me agride, não me deixa indignado, porque não levo o twitter a sério. Para mim, a função dele é essa mesma: deixar que cada um diga de si o que quiser dizer. Talvez, esteja aí a sua graça.
Não quero fazer no twitter um curso de filosofia do cotidiano ou transformá-lo no novo livro das sabedorias. Só quero usá-lo e pensar um pouco sobre ele. O imediatismo é a marca do twitter. Em breve ele vai passar, vai sair de moda, como está saindo o orkut, que já foi uma febre, que aproximou e afastou pessoas, que terminou relacionamentos e mais um milhão de histórias que bem dariam um programa de humor, desse humor de casal bem comum da tv. Enfim, em breve virá outra rede social, com outros recursos e todos nós correremos para ela, ávidos pelo novo, lépidos e fagueiros. Depois a euforia vai passar e assim vai até chegar o novo de novo.
E assim vai ser porque estamos condenados ao novo e ao mais novo. E esta condenação me faz lembrar de uma característica desta pessoa que se indignou com o meu tweet: ela se diz velha mesmo não tendo 40 anos. Não é a velhice da idade. É aquela velhice de rapaz novo, o novo-velho, o jovem-velho, comum nos romances românticos, entre eles Senhora, de José de Alencar, onde há também o velho-novo, cujo exemplo é o senhor Freitas, tio e tutor de Aurélia, ou ainda a personagem de Morte em Veneza, que começa o romance condenando um velho-jovem e acaba terminando como ele, maquiando-se para encarar a morte. O tema do velho-novo chamou tanta atenção de alguns críticos que figura entre um dos topoi de Literatura Européia e Idade Média Latina, de Ernest Robert Curtius, um tijolão clássico da crítica e teoria literárias.
É aquela velhice de ter saudades do mundo que não viveu e que não vai viver, porque vive o novo como se fosse o velho, usando o novo para aquilo a que ele não se propõe. E não vai viver porque está enredado em sua necessidade de passado, onde se refugia de uma timidez doentia e de outras coistas mais..., e, mesmo se achando sábio, na verdade sabido, não sabe que "o novo sempre vem", como já cantou a Elis Regina.
Quem quiser me seguir no tweeter, me siga à vontade. Antes eu aviso: não tenho nada de interessante pra dizer. Também aviso: não espere de mim filosofias, aforismos e poesias em 140 caracteres, pois sou verborrágico e minha tese de doutorado é prova disso. Aliás, não confundam falar bonito com fazer poesia. Poesia é a conquista de uma semântica pessoal. Em "Tinha uma pedra no meio do caminho" não há beleza ou não há essa beleza gratuitamente bela, boa, bondosa. Belo, beleza e sublime na arte nem sempre são sinônimos. Não se deixe enganar pela sinonímia. O mundo tá cheio de poetas sem poesia.
Coisa séria eu digo em outro lugar e, cá pra nós, as mídias ficam e o mais importante mesmo é sempre as pessoas. O que não quer dizer muitas pessoas. E me lembro agora de uma música cantada por Roberto Carlos, que dedico ao meu ex seguidor: meu caro, você "não serve pra mim". Deus me guarde dos babacas.
PS1: Ameaça de unfollow me lembra aquele menino babaca, que é o dono da bola. Quando o time dele está perdendo, ele resolve pegar a bola e ir embora.
PS2: Ivete Sangalo acaba e dizer no twitter que são 2 horas (leia-se 14 horas) em Portugal! kkkkkkkkkkkkk! É por estas informações utilíssimas que eu amo a Ivete!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
PS3: Vou tomar banho e vou almoçar com a minha mãe. Espero que não se ofendam com estas informações. Se se perguntarem o que podem fazer com elas, lembre-se de tomar banho também, de ir almoçar com a sua mãe, que ela merece.
PS4: Moço inteligente, poeta dos 140 caracteres, retribuí o unfollow que você me deu e como não gosto de coisas pela metade te deletei do msn e do orkut. Assim, não te incomodo com as minhas besteiras.
Beijos em tod@s. Fui! Vem comigo quem quer!
Amei! Vou divulgar por aí!!!!!!
ResponderExcluirEm menos de 140 caracteres: adorei e dou todo o meu apoio! Twitter é lugar de bobagem também!
ResponderExcluirAdorei esse post. Simplesmente MARAVILHOSO!!!!
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